8.3.11

Felizes de nós... mulheres.

Somos Mulheres

Seres humanos em constante construção...
Também fazemos e discutimos política.
Pensamos a economia.
Dirigimos empresas e paises com competência e sensibilidade...
Enfim, aprendemos a gerir as nossas escolhas pensando por nós mesmas.
Sem nos importarmos tanto com os rótulos de "solteirona", "mal-amada", "loira-burra", "sapatão" e por aí vai...
Queremos e podemos fazer as nossas próprias escolhas.
Da moda à educação libertária (e não preconceituosa) dos filhos.
Dos livros ao bom sexo.
Da abstinência sexual / solteirice (por opção) à vida luxuriosa...
... sem filhos nem anel de brilhante no dedo que nos escravize a nos mldar na realização dos mais delirantes desejos de nossos maridos.
A liberdade de sermos as mulheres que queremos tem um preço muito alto.
E felizmente, muitas de nós já estamos dispostas a pagá-lo.
E mostrarmos a nossa nova face ao mundo.
Nos equilibramos em desejos, medos e (des)esperanças.
Mas arcamos com todas as consequências.
Afinal de contas, é o nosso ventre que gera o mundo.
Talvez, por isso - e acima de tudo - nossa maior qualidade esteja no fato de acreditamos SEMPRE no poder de transformação mais intima do ser humano.
Por isso chegamos onde chegamos.
Eis o nosso grande presente da natureza.

Parabéns a todas nós!

25.7.10

Bethânia na Casa Fernando Pessoa _ Lisboa (21/07)

Casa Fernando Pessoa _ R. Coelho da Rocha, 18. Lisboa. Campo d'Ourique.
    
Nada tão emocionte do que presenciar Maria Bethânica na Casa Fernando Pessoa (21/07) depois de cinco meses longe do Brasil. Ouvir uma das nossas maiores intérpretes da MPB declamar poetas e músicos luso-brasileiros na capital portuguesa foi uma oportunidade única. E rara. Por que a fila para vê-la era imensa e os lugares escassos. Foi uma disputa  de grandes e pequenos por uma frestinha do olhar da cantora que, invelutavelmente, invade e transforma a alma de quem a vê. Eua tive sorte. Consegui uma cadeira.
       Sua presença forte se impõe com singeleza.  Seu discurso ultrapassa as diversas esferas da política: é possível uma educação pública de qualidade no Brasil e a poesia é um meio privilegiado desta transformação. Foi assim com Bethânia que ainda menina nos bancos escolares do Recôncavo Baiano se apaixonou por Pessoa, tornando-o a sua inspiração para os momentos de criação artística.
     Bethânia foi homenageada pelos portugueses por tornar o universo de Pessoa mais acessível àqueles que o desconhecem através da sua voz. Esplendorosa. Nós agradecemos!!
     Iniciativas culturais de qualidade sempre são muito bem vindas. Para quem não pôde ir... um pouquinho de Bethânia do lado europeu do Atlântico...


Boa diversão!!

http://mundopessoa.blogs.sapo.pt/

http://mundopessoa.blogs.sapo.pt/380508.html

http://www.youtube.com/watch?v=VwSN6tFAJGo

11.7.10

Lisboa 2010

    
     Verdade é que me calei por tempo demais... a experimentar emoções no Velho Mundo e a descobrir uma nova existência em mim tão complexa, que a palavra não conseguiu impor-se por meses a fio. Respeitei o seu desejo. A sua ordem imperativa da surdez muda que a tudo vê e a tudo enfrenta pela necessidade de sobrevivência.
    Já paraste para pensar quem és tu? Achastes uma resposta? Ser. Basta?!
    É preciso humanizar-se ao atravessar as águas do oceano. As mesmas águas que te banham também te afogam. Em ambos os casos elas te socorrem de um mal maior. Ajudam-te a proteger-te de ti mesmo e salvam o amor.
   Aprender a calar também perfaz a unicidade do pensamento e muito te ensina a ser livre...
   Pelas águas calmas do Tejo, recrio o meu mundo. O meu maior presente.

28.12.09

Um Brasil Iluminista _ resenha do livro Iluminismo e Império no Brasil: O Patriota (1813-1814)


Para lerem a resenha de minha autoria publicada no Jornal O Globo _ Caderno Prosa & Verso, em 5 de Abril  de 2008, acessar o link abaixo: 

18.12.09

Sobre a Criação da do Conselho Federal de Jornalismo

Fundametal a discussão!!

Assim como Héródoto, nesse particular estou com Cony.

Ouçam! Vale a pena. Sobretudo em quem tempos em que o diploma do jornalista virou pó... Triste, muito triste.

CBN - A rádio que toca notícia - Cony & Xexéo

NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI sob o olhar libertário de Salvador Dalí

Apesar de a 'História do Silêncio' ter seus interstícios fundamentais para nos contar muito sobre a História da Represessão e dos Vencidos, não me posso mais calar. Já não me basta olhar e refletir na liberdade infinita do meu pensamento.


                                                                 
Salvador Dalí.

A luta pela distribuição de renda


“Campinas já está entre os 10 maiores PIBs do Brasil”. Assim foi a manchete de hoje do jornal Correio Popular, diário mais importante da cidade. O foco da reportagem é sobre a expansão da economia no setor de serviços, informação muito salutar para todos aqueles que vivem em Campinas. A meu ver, Campinas não é apenas uma cidade de destaque por ter um pólo econômico promissor. A cidade é referência em muitas áreas: da excelência da educação superior cujo exemplo maior é a Unicamp aos tratamentos inovadores na área da saúde pública, como o Boldrini.

Campinas hoje às 12h45min. Com os vidros do meu carro completamente abertos, numa conversa cotidiana e distraída com a minha mãe e a espera da abertura do semáforo, eis que sou violentamente abordada por um sujeito que exige meus pertences. Numa fração de segundos, olho para ele, que quase me beija, tamanha era a sua ansiedade. “Acabei de sair da cadeia, tenho AIDS, estou armado. Fique quieta. Me passa tudo o que vocês tiverem. Quero o celular. Vai, vai logo. Passa tudo!” Tentando manter-me calma, peço que minha mãe abra a bolsa. Pego o celular dela. Passo para ele. Ele exige o dinheiro. Ela oferece R$50,00. Ele diz: “Quero tudo. Vocês estão em duas. Cadê a outra bolsa?”


Nessa hora me vi sem saída. O que fazer? Pegar a minha bolsa com todos os meus pertences de dinheiro a cartão de crédito ou exigir que ele me mostrasse a sua arma? Afinal de contas, o discurso dele soou-me como senso comum. Sinceramente, não acredito que ele estivesse armado. Mas arriscaria a minha vida e a da minha mãe para exigir o meu direito de não entregar os meus pertences? Ainda sob essa fração de segundos, que parece uma eternidade enquanto o sinal verde não aponta à sua frente e você possa seguir – viva ou não – depende das circunstâncias, pedi que minha mãe entregasse sua carteira de dinheiro. Ela sutilmente hesitava. Entreguei-lhe a carteira com R$90,00. Ainda tive a frieza, sanidade, ou seja lá que nome se dê a isso, de dizer-lhe: “É tudo o que temos”. O sinal abriu. Partimos.
Gélidas. Tensas. Nervosas. Apavoradas. Mas também aliviadas por não ter acontecido coisa bem pior conosco.


Meu senso de justiça e a minha consciência cidadã me puseram à prova. Fui ao 13° DP fazer B.O . Eis que a investigadora me diz. “Ih, Juliana, seu caso é o mais corriqueiro por aqui. Não imaginas o que acontece todos os dias! Esse Cambuí...” Detalhe: o Cambuí é um dos bairros mais nobres da cidade. Um dos mais prósperos economicamente. Coincidentemente um dos mais violentos também. No Distrito Policial, sou encaminhada para o reconhecimento do sujeito. Eu reconheceria o sujeito que me assaltou sem maiores pudores? Sento em frente ao investigador. Ele me mostra dezenas de fotos de “suspeitos.” Reconheço um que está sempre pelas ruas do centro. Vejo meninos bem vestidos. Vejo mulheres. Mas a maioria deles eram homens, negros entre 20 e 35 anos. Eis que reconheço não o sujeito que me assaltou – na faixa de 25 a 30 anos -, mulato claro, magro, de cabelos lisos e bem vestido. Eis que reconheço um dos graves problemas brasileiros que é a Mãe da violência urbana: a péssima distribuição de renda desse país, que transpassa outra questão de ordem social: a marginalização do negro, do pobre, a falta de educação da nossa sociedade e, sobretudo, a corrupção dos órgãos públicos que deveriam nos proteger. Durante a conversa com o investigador, ele diz: “Olha Senhora, sei que é duro ouvir isso de um policial, mas entre os dias 18 de Dezembro e 4 de Janeiro ninguém deveria sair de casa. Eles estão à solta! É a saidinha...” referindo-se ao indulto de Natal. Atônita com aquela posição questionei: “E a polícia, o que pode fazer? O que me adianta estar aqui a reconhecê-lo?” , “Iremos averiguar o histórico do ladrão”, respondeu com a maior tranquillidade.


Pois é, diante de tantos absurdos refleti sobre quem são os protagonistas dessa História. Somos todos nós. Há luta pela igualdade na prática cidadã. Hoje vi que por mais injusta que seja a nossa distribuição de renda ela acontece de todas as formas que lhe cabe: pelas políticas públicas, pela solidariedade do terceiro setor com Ongs responsáveis e conscientes de seu papel ou pela força da violência urbana. Diante disso, cabe a nós escolhermos o caminho mais ético. Não há vítimas.